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VIOLÊNCIA NA RUA

  É qualquer tipo de violência que acontece em espaços abertos ou públicos, nos quais há convívio ou circulação de pessoas.

Existem diversos espaços, abertos ou públicos, nos quais a violência pode acontecer. Por exemplo:

  • na rua;
  • em parques desportivos ou recreativos;
  • nos jardins;
  • em parques de estacionamento;
  • no shopping;
  • na esplanada de um café ou pastelaria;
  • na praia ou na piscina;
  • nos transportes públicos.

Muitas destas formas de violência são crime. Por exemplo:

  • agredir para roubar algum objeto pessoal (por exemplo, o telemóvel);
  • levar algum objeto pessoal de outra pessoa sem que esta tenha autorizado,
  • partir o vidro de um automóvel estacionado para furtar o rádio ou outros objetos que estejam no interior;
  • assaltar um estabelecimento comercial (ex.: café; farmácia; ourivesaria);
  • agredir fisicamente;
  • insultar ou agredir verbalmente;
  • estruir objetos ou estruturas que servem a comunidade (por exemplo, graffitar, destruir e queimar caixotes do lixo, paragens de autocarro, bancos de jardim).

 LEMBRA-TE QUE...

Qualquer pessoa pode ser vítima de violência na rua.

Os jovens (tanto os rapazes como as raparigas), como passam muito do seu tempo em atividades na rua, correm maior risco de serem vítimas de violência na rua, por exemplo:

  • ao irem ou ao regressarem da escola;
  • enquanto fazem compras no shopping ou em lojas de rua;
  • enquanto usam o multibanco;
  • quando usam os transportes públicos;
  • enquanto fazem exercício físico;
  • quando estão no café, na pastelaria ou no cinema;
  • quando assistem a um festival ou vão a uma festa
  • quando saem à noite.

É importante que não te esqueças que, apesar disto, a maioria dos jovens não é vítima de violência na rua. Mesmo assim, vale a pena adotares comportamentos que te protejam e mantenham sempre em segurança. Para saberes mais vai a:

COMO TE MANTERES SEGURO/A:

  • NA RUA
  • NOS TRANSPORTES PÚBLICOS
  • NO MULTIBANCO
  • NAS COMPRAS
  • NAS COMPRAS

Na altura em que a violência está a acontecer a vítima pode:

  • ficar em choque e sem reação;
  • sentir-se desorientado/a e confuso/a;
  • sentir imenso medo de morrer ou que algo de mau aconteça;
  • ter pensamentos sobre a própria morte;
  • sentir desespero e impotência (por não ser capaz de contrariar ou resistir ao que está a acontecer);
  • sentir imensa vontade de chorar.

Também pode sentir-se medo:

 que a experiência se repita;

 de nos voltarmos a cruzar com o/a agressor/a;

 que o/a agressor/a descubra que se apresentou queixa;

 que não se consiga recuperar os objetos que o/a agressor/a roubou (caso a situação tenha sido um assalto);

 de voltar a passar pelo local onde o crime aconteceu;

 de falar sobre o que aconteceu (porque falar obriga a recordar tudo o que se viveu e sentiu durante o episódio).


É natural que caso tenhas sido vítima de uma agressão, de um assalto ou de outra forma de crime ou violência na rua te sintas desta forma. Muitas vítimas de violência ou crime na rua também se sentiram assim. 

Estes sentimentos e pensamentos são uma reação do teu organismo a tudo o que aconteceu: perante uma experiência perigosa e que coloca em causa o teu bem-estar e integridade, o teu corpo tenta defender-se e proteger-se.

As reações também dependem da violência envolvida no crime e dos comportamentos do/a agressor/a:

  • quando o/a agressor/a usa a força física e/ou ameaças de morte é natural e legítimo que a vítima sinta medo e receio em relação à própria vida;
  • quando o/a agressor/a usa arma durante o crime é natural a vítima ficar assustada e sentir medo intenso de que o/a agressor/a coloque em causa a sua vida;
  • quando há mais do que um/a agressor/a a sensação de impotência pode ser maior e as reações posteriores mais intensas;
  • quando há ferimentos corporais por causa do que aconteceu o risco de um impacto psicológico negativo pode ser ainda maior.

Se fores vítima de violência na rua:

  • Não reajas com violência, nem confrontes o/a agressor/a.
  • Procura memorizar o máximo de informação possível sobre a identidade do/a agressor/a: roupa que usava; altura; penteado; cor; tom de voz; alguma característica que o/a distinguia; etc.
  • Tenta chamar a atenção de outras pessoas que estejam por perto (ex.: gritando por ajuda).
  • Se conseguires, foge para um sítio mais seguro ou onde estejam mais pessoas.
  • Procura imediatamente um adulto para contares o que se passou:
    • Fala com alguém que esteja na rua ou em algum estabelecimento.
    • Podes também ligar aos teus pais.
  • É importante chamar o quanto antes as autoridades policiais. Se ligares para o 112, o profissional que te atender enviará para o local onde te encontras os meios necessários para te proteger (ex.:profissionais de emergência médica, polícia).
  • Tens todo o direito de denunciar às autoridades o que aconteceu. Para saberes como o fazer vai a DEVO DENUNCIAR?.
  • Liga para a APAV. Para saberes como nos podes contactar vai a COMO E ONDE PROCURAR AJUDA?. Podes pedir ajuda sem te identificares. O apoio é gratuito e CONFIDENCIAL. A APAV presta apoio a todas as vítimas, independentemente de terem ou não denunciado a situação às autoridades.
  • Adota estratégias que te possam proteger na eventualidade de uma situação semelhante se repetir. Vai a COMO TE MANTERES SEGURO/A? - NA RUA para mais informações.

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) é uma instituição particular de solidariedade social que presta informação, proteção e apoio emocional, psicológico, jurídico e social a todas as vítimas de crimes, aos seus familiares e amigos.

O apoio é gratuito e CONFIDENCIAL (o que significa que não precisas de te identificar para falares connosco – dizer o teu nome, onde moras ou o nome dos teus pais, por exemplo).

A APAV possui uma rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima espalhados por diferentes regiões do país. Neles tens ao dispor um conjunto de Técnicos de Apoio à Vítima, devidamente formados e preparados, que podem aconselhar-te, apoiar-te e responder às tuas dúvidas e preocupações.

Se precisares de ajuda ou informação podes:

  • Ligar para o número 116 006 (08h00.22h00);
  • Enviar e-mail para LAV@APAV.PT. Os nossos profissionais irão responder-te o mais rapidamente possível.
  • Dirigir-te a um dos nossos GABINETES DE APOIO À VÍTIMA.

QUALQUER PESSOA QUE TENHA SIDO VÍTIMA DE CRIME OU QUE TENHA TESTEMUNHADO A OCORRÊNCIA DE UM CRIME PODE DENUNCIÁ-LO.

Se foste vítima ou testemunhaste algum crime, é muito importante que o denuncies às autoridades. Se o fizeres, a probabilidade de a pessoa que o cometeu ser punida e impedida de fazer o mesmo a outras pessoas é maior.

  O QUE ACONTECE QUANDO ALGUÉM FAZ UMA DENÚNCIA?

  • Há crimes (por exemplo, violência doméstica, maus-tratos, abuso sexual, roubo, homicídio) nos quais a denúncia feita por qualquer pessoa é suficiente para que o processo na justiça seja iniciado. Chamam-se CRIMES PÚBLICOS e não necessitam que a vítima apresente qualquer queixa.
  • Há profissionais que estão obrigados por Lei a denunciar todos os crimes públicos dos quais suspeitem ou tenham tomado conhecimento no seu contexto de trabalho: este é um dever das autoridades policiais, de todos os funcionários públicos, demais agentes do Estado e gestores públicos. 
  • Nos CRIMES QUE NÃO SÃO PÚBLICOS (OS CRIMES SEMIPÚBLICOS E OS CRIMES PARTICULARES), para se dar início ao processo na justiça é necessário que a própria vítima apresente queixa-crime, mesmo que existam denúncias anteriores.
  • Se a vítima tiver menos de 16 anos de idade, a queixa-crime terá que ser apresentada pelos seus representantes legais (normalmente, os pais).

Após a denúncia e/ou queixa-crime inicia-se uma FASE DE INVESTIGAÇÃO.

  • Nesta fase, a POLÍCIA procura recolher provas do crime.
  • Durante a recolha de provas, a vítima, a pessoa que efetuou a denúncia, as testemunhas (se existirem) e o/a agressor/a (nos casos em que foi identificado/a) são ouvidos pelas autoridades policiais, ou seja, terão que contar ao agente de autoridade tudo aquilo que sabem sobre o que aconteceu.
  • É possível que, se o caso for a Julgamento, tenhas que repetir tudo aquilo que já tinhas contado à polícia.

No fim da INVESTIGAÇÃO, o MAGISTRADO DO MINISTÉRIO PÚBLICO pode:

  • acusar alguém de ter praticado o/s crime/s, ou
  • arquivar o caso se não existirem provas suficientes.

Para saberes mais sobre aquilo que pode acontecer no final da INVESTIGAÇÃO, clica AQUI.

Quando há acusação contra alguém pela prática de crime, acontece um JULGAMENTO.

Após o Julgamento o Juiz decreta a SENTENÇA: ou condena ou absolve a pessoa acusada de ter praticado o crime.

  ONDE PODE SER EFETUAQDA A DENÚNCIA OU A APRESENTAÇÃO DE QUEIXA-CRIME?

No caso dos crimes que não são públicos, a queixa deve ser apresentada até ao prazo máximo de seis meses a contar a partir da data em que o crime aconteceu.

Para saberes mais sobre a denúncia, clica AQUI.

  O QUE É PRECISO PARA EFETUAR UMA DENÚNCIA OU APRESENTAR QUEIXA-CRIME?

Tanto a denúncia como a apresentação de queixa-crime são procedimentos gratuitos, não acarretando qualquer custo para a vítima ou para a pessoa denunciante.

Em qualquer dos locais onde se pode apresentar queixa ou denunciar, é importante dar o máximo de informação sobre o que aconteceu:

  • Hora e data do crime;
  • Identificação do queixoso;
  • Local da ocorrência;
  • Descrição da ocorrência;
  • Identificação das testemunhas.

As informações serão registadas e enviadas para o Ministério Público. O/a agressor/a será, depois, chamado/a pelas autoridades policiais para ser ouvido/a.

Para mais informações sobre como denunciar, clica AQUI

É natural que te sintas apreensivo/a por ter que falar com as autoridades policiais sobre o que aconteceu ou sobre o que testemunhaste. Contudo, podes ter ajuda ao longo de todo o processo.

Decidas o que decidires, TENS SEMPRE DIREITO A SER APOIADO/A. Mesmo que não denuncies o crime, é muito importante falar com alguém sobre o que te aconteceu, sobre como te sentes e obter todo o auxílio e apoio de que necessitas.

Se quiseres conversar com alguém antes de decidires, os TÉCNICOS DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE APOIO À VÍTIMA estão disponíveis para te informar e aconselhar.
Consulta os nossos contactos AQUI.

Não. O número de crimes que é cometido contra as pessoas (por exemplo, furtos) é maior nas alturas do dia em que há maior movimento e interação entre pessoas. Por exemplo, nos transportes públicos há mais crime durante o dia, nas chamadas “horas de ponta”, que correspondem às alturas do dia em que há um maior número de pessoas a deslocar-se para o trabalho/escola ou do trabalho/escola para casa. Por norma, exceto nos ambientes de diversão noturna, a maior parte das interações e movimentações de pessoas acontece durante o dia (e não à noite) logo, há mais risco de ser vítima de um crime na rua durante o dia do que durante a noite.

Já os crimes contra a propriedade privada ou pública (ex.: assaltos a estabelecimentos de comércio ou de serviços; vandalização de caixotes do lixo, paragens de autocarro, etc.) podem acontecer com maior frequência durante a noite, por causa da ausência de vigilância humana, ou seja, do menor número de pessoas que circula nas ruas e que frequenta os estabelecimentos comerciais.

Não. Podes achar que estás mais seguro/a se trouxeres contigo uma arma (um canivete ou uma navalha) por pensares que com ela consegues assustar quem te queira assaltar ou agredir. Contudo, isto não corresponde ao que acontece na realidade. Andares com uma arma, mesmo que seja para autodefesa, pode colocar-te em maior risco de que algo perigoso te aconteça:

  • A arma pode ser usada contra ti pelo/a agressor/a;
  • A arma pode ter um efeito contrário ao que esperas: pode irritar o/a agressor/a e fazer com que ele/ela reaja com mais violência;
  • Podes magoar-te ao utilizá-la;
  • Podes ser punido/a legalmente caso a utilizes.

Para saberes mais sobre as consequências legais vai a FOSTE AGRESSIVO/A – QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS?.

Não. Reagir com violência pode ser arriscado: pode aumentar a probabilidade de o/ agressor/a se tornar ainda mais agressivo/a ou violento/a contigo. Nestas circunstâncias, ele/ela pode usar mais força física ou uma arma para conseguir o que quer e, por causa disso, corres maior risco de saíres ferido/a da situação.

Se alguém te abordar na rua com a intenção de te agredir ou de assaltar, a melhor atitude é não oferecer resistência. Logo que consigas, procura a ajuda de um adulto que esteja por perto. Também podes ligar para o 112. 

Para mais informações vai a O QUE FAZER?.

Ambos. Qualquer pessoa pode ser vítima de um crime ou de violência na rua. As situações que têm lugar na rua são, normalmente, situações de oportunidade, ou seja, acontecem porque o/a agressor/a deteta um alvo “fácil”. Esta facilidade não tem necessariamente a ver com o facto de se ser rapaz ou rapariga. Está mais associada ao local em que te encontras (por exemplo, se o local é vigiado ou não; se existem mais pessoas à volta; se é ou não muito movimentado) e aos objetos que transportas (um telemóvel exposto ou pousado num sítio acessível pode ser um alvo fácil). Para mais informações, consulta:

  • SEGURANÇA NA RUA
  • SEGURANÇA NOS TRANSPORTES PÚBLICOS
  • SEGURANÇA NO MULTIBANCO
  • SEGURANÇA NAS COMPRAS
  • SEGURANÇA EM AMBIENTES DE DIVERSÃO.