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VIOLÊNCIA NO NAMORO

 É um ato de violência, pontual ou contínua, cometida por um dos parceiros (ou por ambos) numa relação de namoro, com o objetivo de controlar, dominar e ter mais poder do que a outra pessoa envolvida na relação.

 Existem diferentes formas de Violência no namoro

VIOLÊNCIA FÍSICA:

Por exemplo, quando o/a teu/tua namorado/a:

  • te empurra;
  • te agarra ou prende;
  • te atira objetos;
  • te dá bofetadas, pontapés e/ou murros;
  • ameaça usar a força física ou a agressão.

VIOLÊNCIA SEXUAL:

Por exemplo, quando o/a teu/tua namorado/a:

  • te obriga a praticar atos sexuais (sexo anal, sexo oral e/ou vaginal), mesmo quando não queres;
  • te acaricia (ou força carícias), sem que queiras.

VIOLÊNCIA VERBAL:

Por exemplo, quando o/a teu/tua namorado/a:

  • te chama nomes e/ou grita;
  • te humilha, através de críticas e comentários negativos (ex.: “Não vales nada.”);
  • te intimida e ameaça.

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA:

Por exemplo, quando o/a teu/tua namorado/a:

  • parte ou estraga os teus objetos ou roupa;
  • controla a tua maneira de vestir;
  • controla o que fazes nos tempos livres e ao longo do dia;
  • te liga constantemente ou envia mensagens;
  • ameaça terminar a relação como estratégia de manipulação.

VIOLÊNCIA SOCIAL:

Por exemplo, quando o/a teu/tua namorado/a:

  • te humilha, envergonha ou tenta denegrir a tua imagem em público, especialmente junto dos teus familiares e amigos;
  • mexe, sem o teu consentimento, no teu telemóvel, nas tuas contas de correio eletrónico ou na tua conta do Facebook;
  • te proíbe de conviver com os teus amigos e/ou com a tua família.

Podem acontecer diferentes formas de violência na mesma relação namoro. Por exemplo, as agressões verbais podem ocorrer antes de uma agressão física.

Todas as formas de violência no namoro têm um objetivo comum: magoar, humilhar, controlar e assustar.

     LEMBRA-TE QUE...

    • A violência nunca é uma forma de expressar amor ou paixão por outra pessoa
    • Os ciúmes não servem de justificação para qualquer comportamento violento.

    Consulta SEGURANÇA NAS RELAÇÕES DE NAMORO para mais informações sobre os direitos e deveres numa relação de namoro e as estratégias mais adequadas para resolver conflitos e desentendimentos entre namorados.

    Ser vítima de violência por parte de uma pessoa que escolhemos para ser nosso/a namorado/a pode ser, por várias razões, uma experiência complicada de resolver e de ultrapassar:

    • Nem sempre é fácil perceber que o que está a acontecer é uma forma de violência.
      • Por exemplo: “O/A meu/minha namorado/a não me deixa estar com os meus amigos quando ele/ela não está presente. Isto é ciúme ou é violência?”
    • Pode ser difícil compreender (e acreditar) que alguém de quem se gosta seja capaz de nos fazer mal e magoar.
    • Apesar de o/a nosso/a namorado/a nos maltratar continuamos a gostar-se dele/a.
    • Não o/a queremos magoar, desiludir, nem prejudicar.
    • Não queremos ficar sozinhos/as ou temos medo que a relação acabe.
    • Temos vergonha de contar o que se está a passar e de pedir ajuda.
    • Temos medo que ninguém acredite em nós ou que ninguém nos consiga ajudar.
    • Temos medo que o/a nosso/a namorado/a nos faça mal ou faça mal a si próprio/a se contarmos o que está a acontecer.
    • Temos esperança que ele/ela mude ou ele/ela promete que vai mudar.
    • Desculpamos ou entendemos o comportamento dele/a por causa do ciúme ou pelo facto de gostar de nós.

    Estas indecisões e inseguranças são naturais.
    Em O QUE FAZER? encontras mais informação que te pode ajudar a tomar a decisão mais acertada.

    Há vítimas de violência no namoro que se sentem:

     sozinhas;

     assustadas;

     envergonhadas;

     culpadas;

     desconfiadas;

     inseguras;

     confusas;

     tristes;

     ansiosas.

    Estes sentimentos e reações são naturais. Muitos jovens que já passaram por situações destas também se sentiram desta forma.

     LEMBRA-TE QUE...

    • Não és culpado/a pelo que te aconteceu ou está a acontecer.
    • É possível ultrapassar a situação e nós podemos ajudar-te. 
    • Para saberes como conseguir essa ajudsa, vai a COMO E ONDE PROCURAR AJUDA?

    Se fores vítima de violência no namoro:

    Enquanto não te sentires seguro/a para tomar uma decisão definitiva ou para pedir ajuda, existem algumas estratégias que te podem proteger:

    • Opta por locais públicos e movimentados para estares com o/a teu/tua namorado/a. Locais isolados podem colocar-te em risco.
    • Escolhe atividades em que estejas com o/a teu/tua namorado/a na presença de outras pessoas (ex.: o teu grupo de amigos).
    • Muda as rotinas (ex.: o teu percurso para a escola e da escola para casa) e procura estar na companhia de amigos ou colegas de turma.
    • Quando saíres diz a alguém em que confies onde vais e a que horas regressas.
    • Grava contactos telefónicos importantes no teu telemóvel, para poderes pedir ajuda facilmente caso precises.
    • Se sentires que estás em perigo, procura imediatamente alguém ou um sítio mais seguro (ex.: um sítio onde estejam mais pessoas). Podes também ligar 112. O profissional que atender a tua chamada enviará para o local onde te encontrares os meios necessários para te proteger.

     Lembra-te que estarás mais protegido/a se pedires ajuda e se denunciares a situação.

    • Conta a um adulto da tua confiança o que se está a passar. Os adultos só poderão apoiar-te e proteger-te se souberem o que está a acontecer.
    • Liga para a APAV. Para saber como nos contactar vai a COMO E ONDE PROCURAR AJUDA?. Podes pedir ajuda sem te identificares. O apoio é gratuito e CONFIDENCIAL. A APAV presta apoio a todas as vítimas, independentemente de terem ou não denunciado a situação às autoridades.
    • Mesmo assim, é importante que denuncies a situação às autoridades. Para saberes como vai a DEVO DENUNCIAR?.


    Quando a violência estiver a acontecer:

    • Encontra um lugar seguro em tua casa ou tenta sair para um local onde estejam mais pessoas que te possam proteger.
    • Pede ajuda a um adulto em quem confies e que esteja por perto: um vizinho, um familiar em quem possas confiar.
    • Numa situação de urgência podes ligar para o Número Nacional de Socorro: 112. Diz ao profissional que te atender como te chamas, a morada do local em que te encontras e o que está a acontecer. O profissional enviará para o local os meios indicados para te proteger e resolver a situação (ex.: polícia, bombeiros, profissionais de emergência médica).

    Terminar uma relação violenta pode ser uma decisão difícil de tomar.

    Há jovens que se vêem durante muito tempo envolvidos em relações de namoro violentas, por vários motivos:

    • O/a teu/tua namorado/a é agressivo/a , mas depois pede desculpas e promete não voltar a comportar-se daquela forma.
    • Acreditas que se o/a conseguires fazer feliz ele/ela não voltará a ser agressivo/a.
    • O/a teu/tua namorado/a ameaça fazer-te mal se terminares.
    • O/a teu/tua namorado/a ameaça fazer mal a si próprio/a se terminares a relação.
    • Acreditas que mais vale estar com o teu/tua namorado/a do que estar sozinho/a.
    • Gostas dele/dela e não queres terminar a relação.

     LEMBRA-TE QUE...

    • Ninguém tem o direito de ser violento/a contigo. Para mais informações sobre os direitos e deveres nas relações de namoro, vai a COMO TE MANTERES SEGURO/A - NAS RELAÇÕES DE NAMORO.
    • Qualquer que seja o motivo, a violência não é aceitável.
    • Tu não és responsável pela violência.


    Deixamos-te algumas dicas que te podem ajudar a terminar uma relação violenta:

    • Fala com alguém em quem confies sobre o que se está a passar: os teus pais, um amigo, um professor, o psicólogo da escola.
    • Contacta a APAV. Para saber como nos podes contactar vai a COMO E ONDE PROCURAR AJUDA?. O apoio é gratuito e CONFIDENCIAL. A APAV pode ajudar-te, quer denuncies ou não a situação às autoridades competentes.


    Quando te sentires preparado/a para terminar:

    • Escolhe um local público ou um local onde estejam mais pessoas para o fazer.
    • Podes levar contigo algum amigo/a ou outra pessoa em quem confies que se mantenha por perto.
    • Não confrontes o/a teu/tua namorado/a, nem reajas com violência.
    • É importante estares preparado/a para eventuais reações negativas, impulsivas e agressivas. Se acontecerem, não respondas com violência e afasta-te do local onde te encontras.
    • Prepara-te para a possibilidade de o/a teu/tua namorado/a te contatar para pedir desculpas ou tentar uma reconciliação. Se isso acontecer, não respondas, nem recues na decisão que tomaste.

    A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) é uma instituição particular de solidariedade social que presta informação, proteção e apoio emocional, psicológico, jurídico e social a todas as vítimas de crimes, aos seus familiares e amigos.

    O apoio é gratuito e CONFIDENCIAL (o que significa que não precisas de te identificar para falares connosco – dizer o teu nome, onde moras ou o nome dos teus pais, por exemplo).

    A APAV possui uma rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima espalhados por diferentes regiões do país. Neles tens ao dispor um conjunto de Técnicos de Apoio à Vítima, devidamente formados e preparados, que podem aconselhar-te, apoiar-te e responder às tuas dúvidas e preocupações.

    Se precisares de ajuda ou informação podes:

    • Ligar para o 116 006 (08h00 . 22h00);
    • Enviar e-mail para LAV@APAV.PT. Os nossos profissionais irão responder-te o mais rapidamente possível.
    • Dirigir-te a um dos nossos GABINETES DE APOIO À VÍTIMA.

    QUALQUER PESSOA QUE TENHA SIDO VÍTIMA DE CRIME OU QUE TENHA TESTEMUNHADO A OCORRÊNCIA DE UM CRIME PODE DENUNCIÁ-LO.

    Se foste vítima ou testemunhaste algum crime, é muito importante que o denuncies às autoridades. Se o fizeres, a probabilidade de a pessoa que o cometeu ser punida e impedida de fazer o mesmo a outras pessoas é maior.

     O QUE ACONTECE QUANDO ALGUÉM FAZ UMA DENÚNCIA?

    • Há crimes (por exemplo, violência doméstica, maus-tratos, abuso sexual, roubo, homicídio) nos quais a denúncia feita por qualquer pessoa é suficiente para que o processo na justiça seja iniciado. Chamam-se CRIMES PÚBLICOS e não necessitam que a vítima apresente qualquer queixa.

    • Há profissionais que estão obrigados por Lei a denunciar todos os crimes públicos dos quais suspeitem ou tenham tomado conhecimento no seu contexto de trabalho: este é um dever das autoridades policiais, de todos os funcionários públicos, demais agentes do Estado e gestores públicos.
    • Nos CRIMES QUE NÃO SÃO PÚBLICOS (OS CRIMES SEMIPÚBLICOS E OS CRIMES PARTICULARES), para se dar início ao processo na justiça é necessário que a própria vítima apresente queixa-crime, mesmo que existam denúncias anteriores.
    • Se a vítima tiver menos de 16 anos de idade, a queixa-crime terá que ser apresentada pelos seus representantes legais (normalmente, os pais).

    Após a denúncia e/ou queixa-crime inicia-se uma FASE DE INVESTIGAÇÃO.

    • Nesta fase a POLÍCIA procura recolher provas do crime.
    • Durante a recolha de provas, a vítima, a pessoa que efetuou a denúncia, as testemunhas (se existirem) e o/a agressor/a (nos casos em que foi identificado/a) são ouvidos pelas autoridades policiais, ou seja, terão que contar ao agente de autoridade tudo aquilo que sabem sobre o que aconteceu.
    • É possível que, se o caso for a Julgamento, tenhas que repetir tudo aquilo que já tinhas contado à polícia.

    No fim da INVESTIGAÇÃO, o MAGISTRADO DO MINISTÉRIO PÚBLICO pode:

    • acusar alguém de ter praticado o/s crime/s, ou
    • arquivar o caso se não existirem provas suficientes.

    Para saberes mais sobre aquilo que pode acontecer no final da INVESTIGAÇÃO, clica AQUI.

    Quando há acusação contra alguém pela prática de crime, acontece um JULGAMENTO.

    Após o Julgamento o Juiz decreta a SENTENÇA: ou condena ou absolve a pessoa acusada de ter praticado o crime.

     ONDE PODE SER EFETUADA A DENÚNCIA OU A APRESENTAÇÃO DE QUEIXA-CRIME?

    No caso dos crimes que não são públicos, a queixa deve ser apresentada até ao prazo máximo de seis meses a contar a partir da data em que o crime aconteceu.

    Para saberes mais sobre a denúncia, clica AQUI.

     O QUE É PRECISO PARA EFETUAR UMA DENÚNCIA OU APRESENTAR QUEIXA-CRIME?

    Tanto a denúncia como a apresentação de queixa-crime são procedimentos gratuitos, não acarretando qualquer custo para a vítima ou para a pessoa denunciante.

    Em qualquer dos locais onde se pode apresentar queixa ou denunciar, é importante dar o máximo de informação sobre o que aconteceu:

    • Hora e data do crime;
    • Identificação do queixoso;
    • Local da ocorrência;
    • Descrição da ocorrência;
    • Identificação das testemunhas.

    As informações serão registadas e enviadas para o Ministério Público. O/a agressor/a será, depois, chamado/a pelas autoridades policiais para ser ouvido/a.

    Para mais informações sobre como denunciar, clica AQUI. 

      É natural que te sintas apreensivo/a por ter que falar com as autoridades policiais sobre o que aconteceu ou sobre o que testemunhaste. Contudo, podes ter ajuda ao longo de todo o processo.

      Decidas o que decidires, TENS SEMPRE DIREITO A SER APOIADO/A. Mesmo que não denuncies o crime, é muito importante falar com alguém sobre o que te aconteceu, sobre como te sentes e obter todo o auxílio e apoio de que necessitas.

      Se quiseres conversar com alguém antes de decidires, os TÉCNICOS DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE APOIO À VÍTIMA estão disponíveis para te informar e aconselhar. Consulta os nossos contactos AQUI.

      Não. A violência pode estar presente em todo o tipo de relações (ex.: nas relações de amizade, nas relações de namoro, nas relações conjugais, nas relações ocasionais/ “curtes”, nas relações de trabalho). A violência também pode existir em casais de diferentes idades – um exemplo disso são as situações de violência no namoro durante a adolescência. Há alguns estudos que têm mesmo chegado à conclusão que a violência no namoro é mais frequente do que a violência entre pessoas casadas ou em união de facto.

      Nas relações de namoro entre os mais jovens as formas de violência que surgem com mais frequência são a violência verbal e a violência psicológica: gritar, chamar nomes, apontar defeitos e falhas, humilhar junto de outras pessoas.

      Apesar de estas formas de violência poderem parecer menos graves, costumam evoluir: com o passar do tempo a violência torna-se mais grave, mais perigosa para a vítima, mais intensa e mais frequente, isto é, acontece cada vez mais.

      Sim. O facto de namorares com outra pessoa não te obriga a ter relações sexuais. A decisão pelo início do envolvimento sexual deve ser discutida em conjunto (para se perceber as vontades, expectativas e receios de cada um) e tomada livremente, por cada um dos elementos do casal.

      Algumas situações de violência sexual no namoro têm a ver com a ideia de que o sexo é obrigatório ou que “faz parte”. Por outro lado, quando a violência sexual acontece, a vítima pode não identificá-la como uma experiência de violência (por exemplo, acham “normal” ceder e aceitar ter relações sexuais porque o/a namorado/a insiste muito ou faz ameaças de que acaba a relação se não o fizerem). Para mais informações vai a VIOLÊNCIA SEXUAL.

      A probabilidade de as raparigas serem agressoras é igual à probabilidade de os rapazes serem agressores. As diferenças estão nas formas de violência que cada um usa:

      • As raparigas costumam agredir através de estratégias de violência que não necessitam do uso da força física (ex.: insultar, gritar, envergonhar);
      • Os rapazes mais facilmente utilizam a violência física (ex.: bater, empurrar, agarrar) e têm, por isso, maior probabilidade de magoar a vítima ou causar-lhe ferimentos.

      Ajudar e dar apoio a um/a amigo/a que esteja envolvido numa relação de namoro violenta pode ser um fator importante para que ele/a consiga colocar um ponto final na situação.

      Se conheceres alguém que é vítima de violência por parte do/a seu/sua namorado/a, há coisas que podes fazer para ajudar. Vai a FOSTE TESTEMUNHA – O QUE FAZER? para saberes mais.

      Se conheceres alguém que está a ser violento/a na sua relação de namoro, chamares a atenção para o facto de o que ele/ela faz estar errado e dizer-lhe que pode procurar ajuda pode fazer uma grande diferença. Consulta FOSTE TESTEMUNHA – O QUE FAZER? para saberes como o podes fazer.

      Vai a FOSTE TESTEMUNHA – O QUE FAZER? para obteres mais informações.

      Não. A violência nunca é justificável, qualquer que seja o comportamento ou o erro que o/a namorado/a possa ter cometido. A violência é uma forma errada de resolver os problemas e de lidar com os conflitos e desafios das relações de namoro.

      Se foste traído/a pelo/a teu/tua namorado/a, a melhor opção é sempre conversar, expressar claramente o que estás a pensar e a sentir e talvez…terminar a relação (se achares que não és capaz de voltar a confiar nessa pessoa). Vai a TERMINAR A RELAÇÃO para mais informações.