FOSTE AGRESSIVO/A?

 
AGRESSOR/A é a pessoa ou grupo de pessoas que age de forma agressiva ou violenta contra uma vítima ou grupo de vítimas, causando-lhe(s) dano físico, económico e/ou emocional.

  O QUE É UM GANG OU GRUPO DE JOVENS VIOLENTO?

É um grupo de jovens que passa muito tempo junto, essencialmente na rua ou em outros locais públicos, e que se envolve em comportamentos que violam as normas de convivência em sociedade e, por vezes, a Lei.
Este tipo de grupos costuma ter:

• Regras próprias (ou seja, o que é suposto os elementos do grupo fazerem);
  
  
• Uma identidade, que se pode identificar pelas roupas e acessórios que os membros usam, pela linguagem e pela forma como se cumprimentam, com saudações de mão muito particulares;
  
  
• Um nome;
  
  
• Um líder;
  
  
• Um território (ou seja, uma área da cidade ou do local onde moram ou da escola que frequentam que vêem como sendo deles e que, por esse motivo, controlam).

  QUE COMPORTAMENTOS DO GRUPO VIOLAM AS NORMAS DE CONVIVÊNCIA EM SOCIEDADE E A LEI?

• Praticar qualquer forma de violência verbal, física e sexual contra outras pessoas (normalmente outros jovens), por diversão, gozo ou pela adrenalina.
  
  
• Usar a violência e/ou a ameaça para roubar objetos pessoais a outra pessoa e/ou estabelecimentos públicos.
  
  
• Andar com armas (ex.: facas, navalhas, canivetes, armas de fogo) e utilizá-las na prática de atos violentos (ou ameaçar usá-las durante o cometimento de um crime).
  
  
• Envolver-se em comportamentos que colocam em causa a vida pessoal e/ou a vida de terceiros, como consumir álcool e drogas, conduzir sob o efeito dessas substâncias ou sem carta de condução.
  
  
• Destruir ou vandalizar, através de graffiti, de desenhos e de fogos, objetos e estruturas que servem toda a comunidade, como as caixas de multibanco, os caixotes do lixo, as paragens de autocarro, por exemplo.
  
  
  O envolvimento em comportamentos perigosos e violentos faz parte da identidade do grupo: estes comportamentos definem aquilo que o grupo é e a forma como quer ser visto pelos outros grupos e pela sociedade em geral. 
  
  

  PORQUE É QUE OS GANGS ESTÃO ASSOCIADOS À VIOLÊNCIA?

A violência é um traço de personalidade do gang:

• O gang comporta-se de forma violenta pelo gozo e adrenalina que isso provoca.
  
  
• A violência é uma estratégia (errada) para se sentirem mais poderosos do que as outras pessoas.
  
  
• A violência traz-lhes recompensas materiais – é através da violência que os membros conseguem obter dinheiro e objetos (por exemplo, roupa; telemóveis;…).
  
  
• Através da violência resolvem conflitos dentro do próprio grupo.
  
  
• Através da violência confrontam grupos rivais em busca de mais estatuto, reconhecimento e poder.
  
  
• A violência é uma forma de retaliação ou reação às provocações e à violência de outros grupos rivais.
  
  

 O QUE LEVA UM JOVEM A ENVOLVER-SE NUM GANG?

Os jovens também podem envolver-se  neste tipo de grupos por outros motivos:

• Devido à intimidação de outras pessoas, através de ameaças ou da violência.
  
  
• Por ter sigoabrigado/a (pelos outros elementos do gang).
  
  

 LEMBRA-TE QUE...

O facto de teres um grupo de amigos com quem passas muito tempo não quer dizer que faças parte de um gang. Mas, é possível que sejas membro de um gang quando tu e o teu grupo se envolvem em comportamentos como aqueles que referimos em cima.

A violência pode ter diversas consequências negativas para a vítima.

Para saberes mais vai a:

• VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – COMO SE SENTE A VÍTIMA?
  
  
  VIOLÊNCIA NO NAMORO – COMO SE SENTE A VÍTIMA?
  
  
  BULLYING – COMO SE SENTE A VÍTIMA?
  
  
  VIOLÊNCIA SEXUAL – COMO SE SENTE A VÍTIMA?
  
  
  VIOLÊNCIA NA RUA – COMO SE SENTE A VÍTIMA?
  
  
  VIOLÊNCIA ONLINE - COMO SE SENTE A VÍTIMA?
  
  
  
  

A prática de violência também pode estar associada a diversas consequências negativas para as pessoas que a cometem, como por exemplo:

- Sofrerem agressões, lesões e ferimentos;
enfrentarem a retaliação, vingança ou reação violenta por parte da pessoa ou grupo de pessoas que foram vítimas;

- Serem rejeitados/as pelos/as amigos/as (principalmente os/as que não concordam com esse tipo de comportamentos) ou afastamento em relação aos amigos/as;

- Problemas ou dificuldades em fazer novas amizades;

- Afastamento em relação à família.

As consequências negativas também se podem fazer sentir na vida escolar do/a jovem que manifesta comportamentos agressivos ou violentos, por exemplo: 

- Descida nas notas;

- Faltas às aulas;

- Reprovações;

- Abandono escolar (os estudos são colocados em segundo plano e o envolvimento em comportamentos violentos e outras atividades arriscadas ocupam grande parte do tempo);

- Conflitos com colegas, professores e funcionários da escola;

O envolvimento em comportamentos agressivos ou violentos pode causar consequências negativas no futuro profissional do/a jovem, tais como:

- Perda de oportunidades de acesso à educação ou formação;

- Perda de oportunidades de emprego ou negação do acesso a ofertas de emprego (ex.: ser-lhe recusada a candidatura a um emprego por causa do “passado problemático”);

- Problemas com a Lei.

 QUE CONSEQUÊNCIAS LEGAIS SE PODEM ENFRENTAR QUANDO SE PRATICAM CRIMES?

Em Portugal as pessoas só podem ser punidas por cometerem algum crime (com pena de prisão ou com multa, dependendo da gravidade do crime) se tiverem 16 ou mais anos de idade.

Mas, há medidas legais sérias para jovens entre os 12 e os 16 anos que se envolvam em comportamentos que sejam considerados crime. Estas medidas chamam-se MEDIDAS TUTELARES EDUCATIVAS e estabelecem que os jovens destas idades que pratiquem crimes podem:

• Ser admoestados (isto é, repreendidos ou chamados à atenção);
  
  
• Ser proibidos de conduzir ciclomotores;
  
  
• Ter de reparar o ofendido (por exemplo, pedindo-lhe desculpas);
  
  
• Ter de realizar trabalho gratuito a favor da comunidade;
  
  
• Ser obrigados a cumprir um conjunto de regras de conduta definidas (ex.: estar proibido de frequentar certos lugares ou de andar com certas pessoas);
  
  
• Ter que frequentar programas de formação ou de tratamento;
  
  
• Ser acompanhados na sua educação, de forma diferente da educação dos seus colegas;
  
  
• Ser colocados em centros educativos.
  
  

Estas medidas são definidas dentro do PROCESSO TUTELAR EDUCATIVO. Para saberes mais sobre ele, clica aqui.

Há coisas que podes fazer para resolver ou controlar os teus comportamentos agressivos ou violentos:

• Assume os erros e a responsabilidade pelos teus atos:
  
  
• Pede desculpa à pessoa que magoaste. Se achares que a pessoa se vai sentir desconfortável em estar contigo pessoalmente, fá-lo na presença de outra pessoa (ex.: um amigo, um colega; um professor).
  
  
• Pensa antes de agir: as decisões não pensadas são, muitas vezes, decisões erradas e com consequências negativas. Se pensares “o que ganho com este comportamento violento?” ou “ o que sentiria ou pensaria se me fizessem o mesmo?” podes proteger-te de más escolhas e de comportamentos errados.
  
  
• Ter sentimentos negativos, como a raiva e a frustração, é normal. Se sentires que estás a ficar irritado/a com alguém ou com alguma coisa, pára e acalma-te, pensando em outro assunto, respirando fundo, contando até 100 ou saindo do local onde estás.
  
  
• Procura compreender aquilo que te faz sentir irritado/a: assim serás capaz de antecipar possíveis reações negativas (como reações agressivas ou violentas) e substituí-las por reações mais ajustadas (como afastares-te da pessoa que te irrita, por exemplo).
  
  
• Podes libertar ou expressar esses sentimentos negativos através de atividade física (ex.: andar de bicicleta, jogar futebol, dançar, correr). Desportos mais intensos e competitivos, como o kickboxing, também são uma “escapatória” para libertares a agressividade de forma saudável, sem prejudicares ou magoares as outras pessoas.
  
  
• Oferece a ti mesmo momentos para relaxar: ouve música, vê um filme, lê um livro, passeia ou faz uma caminhada.
  
  
• Fala com alguém da tua confiança sobre esses comportamentos: podes falar com o psicólogo da tua escola, com o teu professor, com o teu médico de família. Há profissionais que te podem ajudar e aconselhar.